Um papel solto na gaveta

25 fev

Encontrei o texto abaixo avulso em uma gaveta. Já tem algum tempo que o escrevi, infelizmente não há qualquer menção de data. Mas creio que tenha sido escrito por volta de meados de 2007. Tem, portanto, quase três anos. É interessante encontrar alguns textos assim, muitas vezes já esquecidos, e relê-los, revisitar aqueles sentimentos ou cantos da alma que também já estavam negligenciados de nossa memória. Resolvi então compartilhá-lo, para aqueles que se interessarem pelo que se passava pela minha cabeça naquela época.

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A vida é um grande jogo. Os jogos são metáforas da vida. No grande jogo da vida, estamos todos sujeitos à imprevisibilidade. Não há como controlar a vida. Portanto, de certa forma, estamos todos neste mesmo fluxo inexorável: não importa o tempo que leve ou os caminhos que seguimos, pois (me parece) sempre estaremos onde precisamos estar.

Jogo da Vida

Os jogos são metáforas da vida?

Isso me inspira confiança, serenidade e leveza.

Confiança de que o grande movimento “caórdico” (caos + ordem) da vida é um reflexo de seus ajustes necessários para que os sistemas vitais se equilibrem e funcionem. Este sentimento de confiança traz consigo a serenidade, a capacidade de aceitar as condições existenciais sem muitas preocupações. Como resultado, há leveza no viver: se já estou no lugar certo, e se o fluxo “caórdico” da vida nos conduz às experiências que precisamos ter, diminui-se a importância do “certo e errado”, “bom e mau” e outros maniqueísmos.

Sinto também um chamado a fazer mais, a participar mais sem muitas preocupações ou planejamentos excessivos (mas ainda considerando que, na minha opinião, planejar continua sendo importante). Seria algo como planejar, mas também ter abertura para “abandonar-se” ao fluxo da vida.

Por fim, penso sobre a importância do presente, o único momento que existe e onde o movimento da vida sempre se encontra: aqui e agora.

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É certo que, de lá para cá, concordei e discordei diversas vezes dessa opinião. Tive experiências de vida que reforçaram esse sentimento, mas também tive outros momentos (ah, a rotina) em que me deixei mergulhar num mar de preocupações que praticamente “dissolveu” essas idéias. Volta e meia pego-me a refletir sobre essas questões. Obviamente, sem qualquer resposta para dar. E a você, raro leitor? O que te parece?

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