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O Sétimo Selo

18 maio

Fazia um bom tempo que eu queria assistir ao filme “O Sétimo Selo” (1956), do renomado cineasta sueco Ingmar Bergman. Mas somente esse fim de semana que passou é que finalmente assisti a esse clássico do cinema. Não pretendo aqui escrever sua sinopse, nem tampouco fazer sua resenha, pois não sou especialista em cinema e muitos já o fizeram aqui, ali e acolá. O que pretendo compartilhar são as impressões, sentimentos e reflexões que emergiram após o término do filme.

Para quem não assistiu, resumidamente o filme narra a história de um cavaleiro cristão e seu escudeiro que, após retornarem das Cruzadas, encontram um cenário de desolação, peste e morte. Em diversas cenas, o cavaleiro se encontra com a Morte e jogam xadrez entre si.

O Sétimo Selo

A Morte e o cavaleiro jogam xadrez

Em meu entendimento, o jogo de xadrez pode ser visto como uma metáfora da vida. As peças, o tabuleiro e as regras seriam as condições básicas e em comum a todos os seres humanos. No entanto, embora existam essas condições em comum (peças, tabuleiro, regras), cada um de nós joga a sua própria maneira, conforme o contexto, valores, princípios, expectativas, medos e desejos. Embora a condição inicial seja a mesma para todos, cada jogo será diferente do outro.

E nesse jogo de xadrez, todos inexoravelmente vamos perder. Xeque-mate. Xeque-morte. Mas, apesar dessa “derrota” certa, resta-nos o aprendizado: alguns lances geniais, medíocres ou desastrosos. Independente do incontestável final a que estamos sujeitos, diga-se que viver é muito divertido e vale a pena. E talvez (eu disse talvez), caso nos seja permitido jogar outras “partidas de xadrez” em nossas existências, esses aprendizados podem se somar e fazer com que joguemos cada vez melhor o grande jogo da vida. Até que um dia, talvez, enfim alguém (cada um?) se torna capaz de vencer a Morte. Talvez…

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Um papel solto na gaveta

25 fev

Encontrei o texto abaixo avulso em uma gaveta. Já tem algum tempo que o escrevi, infelizmente não há qualquer menção de data. Mas creio que tenha sido escrito por volta de meados de 2007. Tem, portanto, quase três anos. É interessante encontrar alguns textos assim, muitas vezes já esquecidos, e relê-los, revisitar aqueles sentimentos ou cantos da alma que também já estavam negligenciados de nossa memória. Resolvi então compartilhá-lo, para aqueles que se interessarem pelo que se passava pela minha cabeça naquela época.

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A vida é um grande jogo. Os jogos são metáforas da vida. No grande jogo da vida, estamos todos sujeitos à imprevisibilidade. Não há como controlar a vida. Portanto, de certa forma, estamos todos neste mesmo fluxo inexorável: não importa o tempo que leve ou os caminhos que seguimos, pois (me parece) sempre estaremos onde precisamos estar.

Jogo da Vida

Os jogos são metáforas da vida?

Isso me inspira confiança, serenidade e leveza.

Confiança de que o grande movimento “caórdico” (caos + ordem) da vida é um reflexo de seus ajustes necessários para que os sistemas vitais se equilibrem e funcionem. Este sentimento de confiança traz consigo a serenidade, a capacidade de aceitar as condições existenciais sem muitas preocupações. Como resultado, há leveza no viver: se já estou no lugar certo, e se o fluxo “caórdico” da vida nos conduz às experiências que precisamos ter, diminui-se a importância do “certo e errado”, “bom e mau” e outros maniqueísmos.

Sinto também um chamado a fazer mais, a participar mais sem muitas preocupações ou planejamentos excessivos (mas ainda considerando que, na minha opinião, planejar continua sendo importante). Seria algo como planejar, mas também ter abertura para “abandonar-se” ao fluxo da vida.

Por fim, penso sobre a importância do presente, o único momento que existe e onde o movimento da vida sempre se encontra: aqui e agora.

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É certo que, de lá para cá, concordei e discordei diversas vezes dessa opinião. Tive experiências de vida que reforçaram esse sentimento, mas também tive outros momentos (ah, a rotina) em que me deixei mergulhar num mar de preocupações que praticamente “dissolveu” essas idéias. Volta e meia pego-me a refletir sobre essas questões. Obviamente, sem qualquer resposta para dar. E a você, raro leitor? O que te parece?

Novo sumiço

24 jun

 

Faz um bom tempo que não escrevo neste blog. Passou-se mais de um mês desde o último registro. Isso ocorreu porque não consegui me organizar melhor, e as tarefas do dia a dia (principalmente do trabalho) consumiram boa parte do meu tempo.

Neste intervalo de tempo, muitas coisas aconteceram. A maioria das quais eu não me lembrarei, ou porque não tiveram muita relevância, ou simplesmente por “fracasso de memória”.

Há algo, porém, que surgiu neste período e que está muito presente. Em virtude de algumas atividades realizadas no trabalho, tomei contato com um assunto ainda desconhecido para mim, mas que me despertou bastante interesse. Trata-se do planejamento estratégico. A princípio, obtive esse conhecimento inicial a partir de um viés organizacional. Mas aos poucos fui percebendo que pode ser aplicado também à vida pessoal, permitindo-me “planejar estrategicamente” pelo menos alguns aspectos da minha vida.

Isso me fez lembrar também de um livro que eu havia lido há um bom tempo atrás (quase dois anos, talvez), e me fez aumentar o interesse em relê-lo. Trata-se do livro “Se tiver pressa, ande devagar”, do alemão Lothar J. Seiwert, que encontrei despretensiosamente em um sebo antes de comprá-lo.

Comecei então a relê-lo, com o propósito de colocar em prática o máximo que conseguir. O livro apresenta exercícios e sugestões para serem praticadas no dia a dia, após a elaboração de um “planejamento estratégico pessoal”. O plano ajudaria a me conferir “mais sentido” às minhas atividades, e me ajudaria a saber quais tarefas estão mais alinhadas a uma visão maior de vida. Por isso, esse planejamento compreende também um exercício de busca de auto-conhecimento, pois todo plano implica em um destino, em saber onde se quer chegar. E então, traçado esse plano, é possível desdobrar os grandes objetivos em blocos de ações para alcançar as metas, e esses blocos de ações por sua vez geram muitas etapas (tarefas de curto prazo). Com isso, é possível estabelecer uma previsão para realização dessas tarefas, que conduzirão às metas e, ao final, aos grandes objetivos. Dito dessa forma, pode parecer algo muito simples, mas exige certo esforço para conseguir fazer esse planejamento. E um esforço e disciplina ainda maiores para colocá-los em prática no cotidiano.

Portanto, estou aos poucos com a intenção de me aprofundar nesse assunto de planejamento estratégico, e ver como consigo adaptar esses conceitos e ferramentas à minha realidade, de forma que eu consiga planejar e traçar caminhos que conduzam a grandes objetivos. Meu primeiro desafio será refletir sobre quais são esses grandes objetivos, qual é a minha missão, a minha visão e meus valores que norteiam essa jornada.