Fazia um bom tempo que eu queria assistir ao filme “O Sétimo Selo” (1956), do renomado cineasta sueco Ingmar Bergman. Mas somente esse fim de semana que passou é que finalmente assisti a esse clássico do cinema. Não pretendo aqui escrever sua sinopse, nem tampouco fazer sua resenha, pois não sou especialista em cinema e muitos já o fizeram aqui, ali e acolá. O que pretendo compartilhar são as impressões, sentimentos e reflexões que emergiram após o término do filme.
Para quem não assistiu, resumidamente o filme narra a história de um cavaleiro cristão e seu escudeiro que, após retornarem das Cruzadas, encontram um cenário de desolação, peste e morte. Em diversas cenas, o cavaleiro se encontra com a Morte e jogam xadrez entre si.
Em meu entendimento, o jogo de xadrez pode ser visto como uma metáfora da vida. As peças, o tabuleiro e as regras seriam as condições básicas e em comum a todos os seres humanos. No entanto, embora existam essas condições em comum (peças, tabuleiro, regras), cada um de nós joga a sua própria maneira, conforme o contexto, valores, princípios, expectativas, medos e desejos. Embora a condição inicial seja a mesma para todos, cada jogo será diferente do outro.
E nesse jogo de xadrez, todos inexoravelmente vamos perder. Xeque-mate. Xeque-morte. Mas, apesar dessa “derrota” certa, resta-nos o aprendizado: alguns lances geniais, medíocres ou desastrosos. Independente do incontestável final a que estamos sujeitos, diga-se que viver é muito divertido e vale a pena. E talvez (eu disse talvez), caso nos seja permitido jogar outras “partidas de xadrez” em nossas existências, esses aprendizados podem se somar e fazer com que joguemos cada vez melhor o grande jogo da vida. Até que um dia, talvez, enfim alguém (cada um?) se torna capaz de vencer a Morte. Talvez…