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Sarau

8 ago

Novamente fiquei um bom tempo sem atualizar este blog. Há aqueles que me dizem que o Olhar Mutante está a cada dia menos mutante, ou cada vez mais Olhar Imutável. Ou ainda: Olhar Distante! Não lhes tiro a razão, afinal é o que parece quando se fica quase um mês sem atualizar o blog.

Enfim, para variar, volto a escrever após “sumir” por uns tempos. Neste tempo que passou, participei de um Sarau muito bacana aqui em Campinas. Música e poesia para aquecer uma dessas frias noites de julho. Piano, violão, vozes, poemas alheios (sim, Mário Quintana e Fernando Pessoa estiveram presentes de certa forma) e textos dos próprios presentes.

Na ocasião, fiz uma “recitação dramática” de “Ai se sesse”, do poeta Zé da Luz. A primeira vez que ouvi esse poema foi em um show do Cordel do Fogo Encantado, há um bom tempo atrás. Dentre muitas outras que eu poderia ter escolhido, essa foi uma forma de homenagear a “literatura de cordel” e a expressão artística popular. Para quem não conhece o poema “Ai se sesse”, pode conferi-lo aqui (vídeo com Lirinha – do Cordel do Fogo Encantado – recitando) ou aqui (apenas a letra do poema).

Minha participação incluiu também uma declamação de poema de minha autoria: “Quem sabe” (03/04/2008), que transcrevo a seguir.

Quem sabe,

depois de descobrirmos o fogo,

colonizarmos os rincões do planeta,

construirmos as cidades,

inventarmos os carros e os computadores,

pisarmos na Lua,

e lançarmos expedições ao sem-fim do universo…

Quem sabe,

após longa jornada,

então possamos caminhar

pela mais desafiadora das sendas:

o despertar da consciência,

que une aquilo que ilusoriamente dividimos

e que nos leva de encontro ao Todo

encerrado no Vazio de nós mesmos.

(Brunno, 03/04/2008).

Poesia Avulsa I

1 mar

O silêncio, escuro e difícil,

Reproduz-se em ruidosas sucessões de imagens

E explode em visões e projeções

Para culminar em um breve

(Quase imperceptível)

Vazio branco.

E então, quando o tempo suspende,

E o mundo pára neste instante

Infinitesimal,

Uma voz serena sugere:

Serenidade.

(Brunno, 28/06/2007)