Sobre o trânsito

29 mar

Hoje, ao percorrer de carro um trecho de aproximadamente 20 quilometros entre meu local de trabalho e minha casa, levei cerca de 40 minutos. Isso mesmo, 20 quilometros em 40 minutos. Sei que os motoristas da capital paulista podem estar acostumados a isso, e não lhes tiro a razão. 20 quilometros em 40 minutos talvez não seja nada para um trânsito como São Paulo.

Mas, convenhamos, deveria ser um pouco diferente quando se trata de Campinas. Ou não? (Os leitores motoristas de Campinas se manifestem, se quiserem). Em minha opinião, o trânsito de Campinas está bem pior do que tempos atrás. Para quem usa o transporte público, a impressão também é de trânsito pior. Aliás, uma observação sobre esse absurdo  em Campinas: o transporte público se resume aos ônibus, não há metrô ou trens. Uma região metropolitana, com a quantidade de habitantes e a intensidade de tráfego como a de Campinas, e não há disponibilidade de outras opções públicas de transporte…

É verdade que agora moro em uma região um pouco mais central do que o endereço anterior, e isso me faz enfrentar ruas e avenidas mais congestionadas. Porém o trânsito caótico não está restrito apenas aos logradouros centrais de Campinas. Para ir (ou voltar) do trabalho, tenho a opção de seguir um bom trecho da Rodovia Dom Pedro (entre os km 128 e 134), que teoricamente deveria ter um trânsito mais fluente. Pois, em várias oportunidades em que transitei nesse trecho, a Rodovia parecia uma rua ou avenida, com semáforos e radares limitando o tráfego. Algo incomum para uma rodovia, mesmo sem acidentes. Com acidentes, a paciência precisa ser bem maior.

A experiência de hoje fez-me pensar com “muito carinho” uma ideia que já tive em outros momentos, e hoje pareceu-me melhor que antes…

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A ideia, nem um pouco original, mas um tanto quanto desafiadora para mim, é a seguinte: comprar uma bicicleta urbana razoável, começar a praticar ciclismo de rua aos poucos e, depois de um período de condicionamento e treinamento, passar a adotar a bicicleta como meu principal meio de transporte, inclusive para trabalhar.

A topografia de Campinas não é totalmente favorável, e não há demarcação de ciclovias para garantir maior segurança aos ciclitas. Mas todos esses são obstáculos superáveis com um pouco de força de vontade e disposição.

Já ouvi falar de muitas pessoas que fizeram essa opção, e estão contentes com o resultado. Isso é um incentivo a mais, além da questão de saúde (condicionamento físico) e dos aspectos ecológicos envolvidos em uma escolha como esta. Sempre gostei de bicicleta, mas já faz muito tempo que não pedalo com frequência (desde os tempos de república na universidade).

Estou animado com a ideia. E se ela vingar, contarei aqui para vocês como é a experiência.

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Nos links abaixo encontram-se alguns textos bacanas sobre a prática:

http://ciclismourbano.info/

http://diversidadecultural.wordpress.com/2008/05/23/sobre-ciclismo-urbano-e-cidadania/

http://blog.deltamidia.com/ciclista-urbano/

http://www.cicle.org/

http://www.ciclismourbano.org/

***

Que tal?

Benefícios da bicicleta - http://www.bikenow.org

3 Respostas to “Sobre o trânsito”

  1. Mário 30/03/2010 às 12:14 #

    Excelente texto, Brunno. Uma bela reflexão, o tom pessoal, a leitura fácil, enfim, curti.

    Quanto à bicicleta, creio que com algumas adaptações você irá gostar. Enquanto estive em Campinas, usei bastante a bicicleta como meio de transporte. No meu caso, facilitava morar próximo (uns 3 km) ao local de trabalho. Em trechos mais longos, a canseira era proporcional. E também é preciso ter cuidado no trânsito, escolher rotas alternativas e usar os apetrechos de segurança, especialmente quando o trajeto é longo.

    Eu usava a bike, confesso, menos pelo ganho em saúde ou pelos benefícios ao ambiente e mais pela praticidade e pela economia. Não me preocupava com estacionamentos, a mecânica da bike é muito barata, e a locomoção muito prática. Fui até a Unicamp algumas vezes, e aguentei bem. O problema, você sabe, são os dias de chuva. Mas aí, pode-se usar táxi, ônibus ou, no seu caso, o próprio carro.

    Boa sorte aí, se precisar de dicas, é só pedir.

    []!

  2. Leo 06/04/2010 às 10:38 #

    Putz… Eu Bem que gostaria também, mas teria que treinar muito aquela subida da Amoreiras até a João Jorge! Nóó! Só de pensar já falta fôlego! rsrs
    Quem sabe eu não me animo com seus resultados!

    Beijo!

  3. Petro 23/04/2010 às 21:04 #

    O texto revela uma realidade que tem cada vez mais piorado em Campinas, a futura SP infernal do trânsito.
    Abraço…voltarei.

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