Troca de correspondências com um amigo

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20 de julho de 2010

Meu grande e bom amigo-irmão (como me ensinaste a dizer) Brunno,

Lendo um pouco do Olhar Mutante nesta “lonjura” como diria minha família das Minas Gerais, senti vontade de conversar contigo. Tenho saudades, meu irmão. E que bom é saber que são saudades que se podem saciar.

Pensei, mais uma vez, que tu provavelmente estás no ponto. Ainda que não me creias – afinal, o que sabe esse pobre e inepto escritor de correios eletrônicos? – talvez aceites conviver com minha opinião humilde, mas lúcida, de que poderias começar a escrever algum ensaio, conto ou até novela. Quiçá como pura diversão, apenas para os amigos. Um dia poderia ser publicada por um deles. Ou, ainda, por um afortunado leitor a quem se lhe chegariam teus textos. Isso se não tiveres o interesse ou a energia para publicá-los tu mesmo.

Escrevo-te porque já não falamos tanto, porque li e senti a nostalgia dos encontros frequentes de outrora. E porque fui levado por ti a novas reflexões, a novos espaços de leitura que me fazem bem, como o Piparote. Agradeço por tua amizade, por teus ensinamentos, mesmo silenciosos, e por tua presença em momentos importantes meus, ainda que eu não tenha estado nos teus. Isso que nunca me cobrastes e que me amarga a boca muitas vezes, também me ajuda a compreender que, tenho deixado muitas vezes que meu passado conduza meu comportamento. (…)

Bom, mas não me propus a tratar de mim nesta carta. Queria somente te dizer que és um bom amigo, daqueles que a gente sabe que vai ser bom, antes mesmo de aproximar (e foi o que aconteceu), que me apraz tua companhia e que creio no teu talento, na tua força e nas tuas possibilidades.

Me orgulhará muito ter um livro teu autografado na minha estante.

Paz e bem… ah, e logo um abraço!
De teu amigo.

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26 de julho de 2010

Caro Amigo,

Peço perdão pela demora em responder à sua mensagem, já sabendo de antemão que você não levará em conta esse meu atraso. Antes de responder, achei por bem refletir um pouco sobre suas palavras e o momento em que elas chegaram até mim.

Fico muito contente em saber que você continua lendo o Olhar Mutante. Muito contente mesmo. Infelizmente, por alguns motivos – a maioria por desculpas esfarrapadas e por não priorizar melhor meu tempo, aquela velha história de sempre – eu não tenho atualizado o blog ultimamente, mas pretendo mudar isso muito em breve.

Algumas experiências ocorridas no primeiro semestre vieram a reforçar a necessidade de eu repensar e considerar com mais carinho a possibilidade de me dedicar mais a algumas coisas que me são caras, como por exemplo a literatura (ler e escrever). Também estão nessa lista o web design (demanda forte), design gráfico e arte digital, e se possível praticar (como hobby) alguma manifestação artística (fotografia, violão, ou outra coisa).

É muito gratificante (ah, sim… o tal do ego) receber seus elogios quanto à minha capacidade de escrever. Você é uma pessoa importante na minha experiência de vida. Penso também que você é bastante inteligente e criterioso em suas escolhas, além de se interessar por temas dos quais também gosto. Isso tudo torna ainda maior a importância de suas palavras e opiniões acerca do que e como eu escrevo. Além de você, algumas outras pessoas que também muito estimo e considero já me passaram algumas opiniões parecidas e me incentivaram de alguma forma a continuar escrevendo, ou a escrever mais…

O ato de escrever é realmente muito prazeroso. Não sei até que ponto é ou não uma necessidade para mim, pois às vezes fico longos períodos sem fazê-lo. De todo modo, a cada reencontro com a escrita, reacende-se uma certa chama interior e meu mundo parece fazer um pouco mais de sentido.

Se isso (ou qualquer outra coisa no futuro) vai resultar ou não em um livro, em uma obra de arte ou algo assim, talvez não seja o mais importante no momento. Como sabemos, e nesse caso me parece ser assim, não importa tanto a “chegada” se você se dispõe a se divertir durante a caminhada. Estamos sempre em travessias…

Muito agradeço por sua mensagem. Foi mais um importante sinal, mais uma sincronicidade de que o momento é propício. Nesse momento, talvez mais forte como nunca, sinto que não convém a minha postura de adiar as coisas – principalmente aquelas que me trazem prazer, porque é a alma quem demanda. Parece que a terra está preparada, então é tempo de semear. Sementes é que não faltam (idéias para projetos e experiências).

Um grande abraço, meu Amigo.
Brunno.

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