Reflexões sobre futebol

4 fev

 

Eu sempre gostei de futebol. Quando criança, essa paixão se manifestava de muitas formas: nas partidas quase diárias do campinho atrás do prédio em que morava, nas coleções de álbuns de figuras, no conhecimento da história das Copas do Mundo, ao assistir aos jogos (qualquer tipo de jogo) pela televisão, ou ao comparecer nas arquibancadas do Moisés Lucarelli. Aos poucos, essa paixão foi se abrandando. Mas, apesar do meu saudosismo em matéria de futebol, ainda aprecio muito o esporte.

Portanto, em que pese o assunto muito particular, e o provável desgosto de alguns eventuais leitores sobre este tema, pretendo falar um pouco sobre isso. Sim, futebol.

A rodada deste fim de semana que passou me fez rememorar a fatídica final do Campeonato Paulista do ano passado. Nova derrota da Ponte Preta para o Palmeiras. Ou, o que é pior: para o time “misto” (quase reserva) do Palmeiras, em Campinas. Seguiram-se algumas outras memórias a reboque. Em seus atuais 108 anos de história, o escrete alvinegro de Campinas ainda não se sagrou campeão em uma competição futebolística. Entre seus melhores desempenhos, destaco um terceiro lugar brasileiro em 1981 (quase-quase), cinco vice-campeonatos paulistas em 1970, 1977, 1979, 1981 e 2008 (quaaaaase), e um vice-campeonato do Campeonato Brasileiro da série B em 1997.

Enfim, torcer pela Ponte Preta (minha sina) tem sido assim até então. Não debutamos entre os seletos campeões de futebol dessa “pátria de chuteiras”.

Quando eu era garoto, entre meus 7 a 10 anos (meados e fim da década de 80), os meninos organizávamos um campeonato de futebol de botão, diversão que preenchia muitas tardes de nossas férias (e eventualmente, embora com menos freqüência, também os dias letivos). Naquela época, não me lembro de haver essa “febre” por clubes europeus, como se observa entre os garotos de hoje: Milan, Chelsea, Manchester, Real Madri, e afins. O futebol tupiniquim parecia estar mais em alta, e o jogo era um pouco mais romântico e bonito de se ver (note meu saudosismo, novamente). Por isso, cada garoto escolhia um clube nacional (geralmente o de sua preferência, ou algum outro grande time caso o seu já houvesse sido escolhido), sorteavam-se grupos, cruzavam-se os times, formava-se a tabela e então os jogos começavam.

Lembro-me então que, em uma das edições destas épicas disputas, certa vez cheguei à final do “campeonato brasileiro de futebol de botão da nossa vizinhança”, comandando orgulhosamente um punhado de botões da Associação Atlética Ponte Preta (como na maioria dos campeonatos em que então participei). Na outra metade do “estrelão” (nome dado ao campo do futebol de botão), estavam os botões do Clube Atlético Mineiro, comandados por um vizinho. E então, naquela fatídica tarde de verão, ocorreu a “batalha dos alvinegros”. Não me lembro exatamente o placar, lembro-me de ter feito alguns gols (e dá-lhe Chicão, o botão-centroavante da camisa número 9) e tomado outros tantos. E então, “crepúsculo de jogo”: “fecham-se as cortinas e encerra-se o placar” (como dizia Fiori Giglioti – haja saudosismo!). Por fim, a Ponte Preta foi… vice-campeã.

7 Respostas to “Reflexões sobre futebol”

  1. Raysla Camelo 05/02/2009 às 23:00 #

    Eu adoro futebol… porque sempre que nos preparamos para assistir a um jogo tem cerveja gelada e quem sabe umas besteirinhas como amendoim para comer.
    rs

    Abraço, Brunno!

  2. Leo 06/02/2009 às 22:20 #

    “Ponte Preta sempre, sempre. Não derrota ou na vitória és amada, Ponte Preta, orgulho de nossa terra.”

    Domingo a gente ri do jeito que pode, se Deus quiser!

    Um salve alvi-negro!

  3. Mário 10/02/2009 às 22:05 #

    Texto gostoso, pra ler e querer jogar uma bola.

    Porque assistir, pelo menos, eu tenho assistido. Vi inclusive meu Palmeiras dar sorte mais uma vez com sua Ponte.

    []!

  4. Brunno 11/02/2009 às 20:36 #

    Raysla, você tem razão. Além de todos os atrativos que o futebol me oferece, ainda há mais esse detalhe que você apontou no caso das partidas pela TV: uma cerveja gelada e algumas “besteiras” para mastigar. Em alguns casos (algumas partidas), beber cerveja e comer “besteiras” é o melhor a se fazer.

  5. Brunno 11/02/2009 às 20:41 #

    Fala Mário!

    Sabe que, enquanto escrevia, eu fiquei com vontade de jogar uma partida de futebol de botão. Embora eu não tenha os times e nem um “estrelão”, me bateu uma vontade ingênua e infantil (saudosismo?) de brincar.

    Em tempo: depois da derrota (em casa, que tristeza) para teu Palmeiras, a Ponte Preta recuperou-se diante do Marília (4 x 1) e manteve a invencibilidade (um tabu razoável) no dérbi campineiro. O problema será agora, no Morumbi, contra um certo atual campeão brasileiro.

  6. Regina 05/04/2009 às 19:24 #

    Fecham-se as cortinas no Moises Lucarelli!
    Espero q vc não esteja triste, a Macaca se esforçou e jogou um partidão. Eu, corintiana, preferi assistir a esse jogo.
    Cheguei ao seu blog por acaso. Estou lendo Sidarta e resolvi dar uma olhada na rede sobre o livro, daí achei o blog e gostei.
    Já está em meus favoritos.
    Escreva sempre Brunno !
    abraços,
    Regina

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