Eu sempre gostei de futebol. Quando criança, essa paixão se manifestava de muitas formas: nas partidas quase diárias do campinho atrás do prédio em que morava, nas coleções de álbuns de figuras, no conhecimento da história das Copas do Mundo, ao assistir aos jogos (qualquer tipo de jogo) pela televisão, ou ao comparecer nas arquibancadas do Moisés Lucarelli. Aos poucos, essa paixão foi se abrandando. Mas, apesar do meu saudosismo em matéria de futebol, ainda aprecio muito o esporte.
Portanto, em que pese o assunto muito particular, e o provável desgosto de alguns eventuais leitores sobre este tema, pretendo falar um pouco sobre isso. Sim, futebol.
A rodada deste fim de semana que passou me fez rememorar a fatídica final do Campeonato Paulista do ano passado. Nova derrota da Ponte Preta para o Palmeiras. Ou, o que é pior: para o time “misto” (quase reserva) do Palmeiras, em Campinas. Seguiram-se algumas outras memórias a reboque. Em seus atuais 108 anos de história, o escrete alvinegro de Campinas ainda não se sagrou campeão em uma competição futebolística. Entre seus melhores desempenhos, destaco um terceiro lugar brasileiro em 1981 (quase-quase), cinco vice-campeonatos paulistas em 1970, 1977, 1979, 1981 e 2008 (quaaaaase), e um vice-campeonato do Campeonato Brasileiro da série B em 1997.
Enfim, torcer pela Ponte Preta (minha sina) tem sido assim até então. Não debutamos entre os seletos campeões de futebol dessa “pátria de chuteiras”.
Quando eu era garoto, entre meus 7 a 10 anos (meados e fim da década de 80), os meninos organizávamos um campeonato de futebol de botão, diversão que preenchia muitas tardes de nossas férias (e eventualmente, embora com menos freqüência, também os dias letivos). Naquela época, não me lembro de haver essa “febre” por clubes europeus, como se observa entre os garotos de hoje: Milan, Chelsea, Manchester, Real Madri, e afins. O futebol tupiniquim parecia estar mais em alta, e o jogo era um pouco mais romântico e bonito de se ver (note meu saudosismo, novamente). Por isso, cada garoto escolhia um clube nacional (geralmente o de sua preferência, ou algum outro grande time caso o seu já houvesse sido escolhido), sorteavam-se grupos, cruzavam-se os times, formava-se a tabela e então os jogos começavam.
Lembro-me então que, em uma das edições destas épicas disputas, certa vez cheguei à final do “campeonato brasileiro de futebol de botão da nossa vizinhança”, comandando orgulhosamente um punhado de botões da Associação Atlética Ponte Preta (como na maioria dos campeonatos em que então participei). Na outra metade do “estrelão” (nome dado ao campo do futebol de botão), estavam os botões do Clube Atlético Mineiro, comandados por um vizinho. E então, naquela fatídica tarde de verão, ocorreu a “batalha dos alvinegros”. Não me lembro exatamente o placar, lembro-me de ter feito alguns gols (e dá-lhe Chicão, o botão-centroavante da camisa número 9) e tomado outros tantos. E então, “crepúsculo de jogo”: “fecham-se as cortinas e encerra-se o placar” (como dizia Fiori Giglioti – haja saudosismo!). Por fim, a Ponte Preta foi… vice-campeã.
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